Miranda passou pela porta
sentindo como se fosse para um um abatedouro, sentiu o olhar de Christopher queimando
sua pele, deu dois passos e sentiu que ele a segurava pela cintura, por trás, puxando-a de
encontro a seu corpo forte e musculoso.
- Solte-me Christopher!! Exclamou
Miranda, o que ele prontamente atendeu, foi como se ele tivesse levado um
choque com aquelas palavras ríspidas, que espécie de jogo ela estava fazendo pensou confuso, sabia qual era a intenção de Meg ao trazer Mary para Rye, a mesma serviria de isca, queriam tirar o máximo de dinheiro possível dele, então por que Mary queria afastá-lo? Será que a repulsa por seu corpo prevaleceu? iria dar corda para ver até onde ela iria chegar.
- O que faz aqui Mary? Perguntou friamente.
Miranda ficou claramente nervosa e desconcertada com essa pergunta.
- Me propôs ontem, se não me
falha a memória, que se eu passasse algum tempo contigo, apontei para ele. - Iria
dar uma chance a Meg de se explicar e aproximar-se de você. Não tem palavra meu
senhor?
- Sou seu Senhor? Perguntei
aproximando perigosamente de Mary, como ficar tão perto dela e não jogá-la
sobre a cama e possuí-la?
- Pare de brincadeiras e
joguinhos, diga você o que quer de mim. Miranda já estava exasperada com
Christopher, que homem irritante, ,mas deliciosamente atraente.
- Não fale em jogos, pois você e
Meg são mestres nessa matéria. O que eu quero de você... irá descobrir garota.
A tensão entre nós era latente, queria sair correndo dali, me refugiar em minha
cama como sempre fazia quando algo não estava bem. A velha Miranda voltando com
força total, a insegurança estava
estampada em minha face, queria sair, ir embora, esquecer tudo.
- Pedi que fosse servido nosso jantar
aqui mesmo no quarto, deve chegar em poucos minutos, relaxe um pouco.
Christopher estava sentindo minha tensão, precisava arrumar uma forma de sair
dali, mas e Meg? Eu sou a pessoa no momento que pode unir esses dois, e preciso fazer isso,
por Meg e principalmente por Christopher queria que todo sofrimento por qual passou que o impulsionou a odiar as mulheres pudesse ter um fim.
- Christopher... murmurei seu
nome. Ele olhou para meus lábios, estava perigosamente perto de mim.
- Diga meu nome de novo. Meu nome em seus lábios me deixou excitado.
- Christopher eu não acho que...
Aí que droga, a criatura estava diminuindo o espaço entre eles, agora apenas um
palmo nos separava, tive que levantar minha cabeça para olhar em seus olhos,
Deus estava perdida, tudo que queria era que esse gigante a beijasse, e a
envolvesse em seus braços. Ele levantou a mão e com seus dedos tirou os cabelos
que teimavam em cair em meu rosto.
- Sua pele parece veludo, foi
feita para ser acariciada. Mary... sussurrou, enquanto falava contornava a linha de minha face até
o pescoço com seus dedos. O coração de Miranda estava acelerado. Foram
interrompidos por batidas na porta, prontamente Miranda se afastou dele virando-se
de costas, tentando recuperar a respiração que lhe faltava. Os garçons
começaram a colocar o jantar sobre a mesa, Christopher rapidamente os dispensou,
queria estar a sós com Mary, já estava enlouquecendo, queria apertá-la em seus
braços, precisava voltar a ter o controle da situação e para de ser um adolescente, já era bem grandinho, droga!!
- Sente-se Mary, convidou Christopher
já a ajudando assentar-se, e na oportunidade acariciando seus braços com as
mãos indo dos cotovelos até o ombro, Miranda sentiu todos os seus fios de
cabelos arrepiarem-se, o toque foi rápido, mas quando ele retirou sua mão indo
sentar-se, foi como se tivessem tirado a própria vida de Miranda, essa noite seria um
tormento.
O Jantar foi maravilhoso, quando
ele queria sabia ser um cavalheiro, Miranda estava encantada como a
conversa fluía bem entre eles. Possuíam gostos parecidos em alguns tópicos e
totalmente oposto em outros.
Christopher pegou o vinho, duas
taças e se encaminhou com Miranda para próximo a janela, onde podiam ver o céu, a lua. E hoje, particularmente, a noite estava
iluminada, o romance estava no ar.
Sentaram-se lado a lado um
olhando nos olhos do outro. Silêncio e tensão se mesclavam. Deus não posso mais agüentar essa
mulher tão perto de mim e não... Tomou sua bebida em um só gole e colocou sua taça a mesa,
pegou a de Mary e a colocando também junto a sua, depois tocou seu rosto
carinhosamente, estava trêmulo, beijou sua face próximo aos olhos, depois no canto de seus lábios e já gemendo tomou sua
boca ferozmente, sua língua invadindo e explorando a boca de Miranda, as mãos
subindo por suas coxas perigosamente, reclinou-a na poltrona e se colocou no
meio de suas pernas, beijando-a apaixonadamente, as mãos levantando suas saias
tentando tirar sua calcinha, Miranda se contorcia e gemia enlouquecida de
prazer, sentia membro rijo de Christopher sobre o centro de suas coxas, o queria,
sim!! queria muito, aqueles braços que mais pareciam tentáculos a deixavam louca,
tão louca que balbuciou – Polvo, esses tentáculos... Na mesma hora Christopher ficou
petrificado. Miranda sentindo sua reação também parou ,olhando-o nos olhos,
morrendo de vergonha de deixar escapar seus delírios. Ele levantou-se de sobre
Miranda, puxando ar.
- Você finge muito bem. Disse ele
frio, apesar de ainda estar ofegante, no fundo me acha um monstro não é? Sou um
polvo para você é isso? Saia daqui sua...
- Pare, não vá dizer coisas que
irá se arrepender depois. Miranda
levantou as mão para ele em forma de protesto. Havia entendido errado suas
tolices, seus delírios, deveria ter ficado calada, mas não resistiu, as palavras saíram de sua
boca com muito prazer.
- Você é como todas as mulheres,
odeiam minhas cicatrizes, mas amam meu dinheiro. Você quer dinheiro, eu posso
lhe pagar, tire a calcinha e feche os olhos meu bem, para não ver o monstro que
estará entre suas pernas, se o problema
é dinheiro, eu lhe pago. Miranda sentiu a raiva dele e pulou do sofá
imediatamente. Precisava fugir dali, do ódio dele, e se dirigiu para porta, ele a pegou pelo braço machucando-a,
trazendo de volta para o meio do quarto, próximo a cama.
- Já não disse que pago. Ele
jogou as palavras em seus rosto. Seus olhos antes apaixonados, agora soltavam faíscas.
- O que eu tinha para lhe
oferecer não tinha preço Christopher.
- Saia daqui já não posso
suportar, se ficar a tomarei, e não serei tão gentil contigo. Disse virando-se, não podia mais olha-la, cada nervo de seu corpo estava dolorido pelo prazer não obtido. Miranda hesitou alguns segundos, mas recobrando o bom senso se encaminhou até a saída, totalmente mortificada com o desfecho dessa noite, não podia deixar que ele desse a ultima palavra, abrindo a porta falou:
- No dia em que dormi em seu
quarto por engano, sonhei com você, que era um homem polvo me agarrando. Deixou-me
excitada pensar que você parecia um polvo, cheio de tentáculos sobre meu corpo.
Declarou saindo do quarto em seguida, correu pelo corredor precisava sair dali
urgente.
As palavras de Miranda custaram a
entrar no entendimento de Christopher, mas quando entrou já era tarde, ela já
havia sumido no corredor do hotel. Que tolo era, não compreendeu que ela o queria
também, o problema estava em sua convivência com as prostitutas por tanto
tempo que não sabia mais quando uma mulher o desejava de verdade. Droga!!
Precisava de um banho gelado para acabar com o calor que sentia naquele
momento. Precisava de Mary, a queria, não importava se era um jogo dela e Meg,
necessitava acabar com essa fixação, quando a tivesse sabia que essa sua
loucura por Mary teria um fim e sua vontade seria satisfeita, e essa mulher não
iria mais exercer esse poder todo sobre ele. Pegou no seu bar uma garrafa de
conhaque, ele seria sua companhia por essa noite, afogaria sua vontade por Mary
naquela garrafa.
Miranda chegou muito triste ao
quarto de Meg, não contou a ela nada do que ocorreu, falou somente sobre o
jantar, e o clima descontraído que ficou após o mesmo, e torceu para que seu
homem polvo cumprisse o trato e fosse almoçar com Meg. Trocou sua roupa. Colocando
suas roupas folgadas. Amarrou o cabelo. Despediu-se de Meg, beijando-a no rosto
e foi para seu quarto. Julia ainda estava acordada, para seu azar, queria
deitar e chorar em seu travesseiro.
-Miranda, Richard pediu para lhe
avisar que você vai sair com nosso guia amanhã às sete horas, tem um casal de Brasileiros,
um Francês, o restante do grupo são Americanos e Ingleses, aqui está a lista
com nomes, idades e nacionalidades. Disse Julia me entregando a lista. Peguei
os papeis e os kits que ela me entregou e guardei na gaveta, fui direto para o banheiro, não querendo muita
conversa com Julia, ainda bem que entendeu o meu sútil recado, pois quando saí
do banho já estava a dormir, deitei-me e chorei silenciosamente por
Christopher.
Na manhã seguinte conheceu o Guia
Anthony Gordon, um rapaz que deveria ter uns vinte e oito anos aproximadamente,
lá estava eu com um terno azul marinho, lentes de contato, maquiagem pesada, e
meu coque no alto da cabeça, parecendo uma solteirona de mal com a vida. Apesar da aparência austera, Anthony gostou muito
dos meus serviços, traduzia tudo que ele falava em português e Francês, os hóspedes
também gostaram do passeio e de minhas informações, tentava passar o tom brincalhão
que Anthony usava em minhas traduções e estava dando certo, os estrangeiros
sempre gargalhavam das piadas de Anthony, acho que eu estava no lugar certo, na hora certa,
Rye estava me esperando e eu por ela, e aquele hotel se encaixava a minha vida
como uma Luva, estava me sentido madura, realizada.
Após o passeio que já terminou às
quatro horas da tarde, estava exausta, mas completamente feliz, iria subir para
meu quarto, tomar um banho, conversar um pouco com meu tio e depois iria me encontrar
com Meg para saber como tinha sido o encontro, e se deveria continuar a ver Christopher
como Mary. Assim que entrou na recepção ficou petrificada conversando com a
recepcionista estava Christopher, girou nos calcanhares, mas já era tarde.
- Senhorita Miranda? Boa tarde,
como foi o passeio com nossos hóspedes? Perguntou. Gelei, virei para encará-lo
já tentando fazer uma voz mais rouca.
- Ótimo passeio senhor, eu e
Anthony fizemos uma parceria que dará certo para seu empreendimento, modéstia a
parte, mas tenho certeza que seus hóspedes irão voltar e ainda fazer
propaganda de seu hotel. Christopher me olhou enigmaticamente. Senti-me
totalmente ferrada.
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