- Me acompanhe até o escritório
Senhorita Miranda. A ordem foi dada e chegou aos meus
ouvidos como se fosse uma
sentença de morte. E agora, o que vou fazer? Apesar de saber que esse dia
chegaria não se sentiu preparada para o confronto. A noite passada ainda estava
marcada em minha alma, o calor dos lábios dele, o seu corpo sobre o
meu, e depois as palavras ásperas e duras ainda machucavam meu coração.
Christopher ficou satisfeito com
o que foi relatado por uma pessoa que infiltrou-se no passeio matutino no grupo
de Anthony e Miranda para avaliar a parceria dos dois, e o nível de satisfação
dos seus clientes. E o que ouviu havia
lhe deixado muito impressionado, não poderia imaginar que a sobrinha de Richard
seria tão boa interprete, divertida e atenciosa, imaginava-a como uma garota
tímida e sem vida, por todas as coisas que Richard lhe contou sobre seu passado
no Brasil. Ele sabia que o quanto aquela garota era sofrida. Gostava dessa
garota, acreditava que ela poderia ser uma boa companhia para um homem como ele,
naquele momento, precisa de uma mulher
de boa índole em sua vida, não sabia o que era isso. Agora de encaminhando para
o escritório com ela teve uma idéia que poderia mudar sua vida para sempre e a
de Miranda também.
Miranda estava aterrorizada com a
situação parecia uma colegial pega fazendo algo errado. Arriscou dar uma olhada
na direção dele e o que viu deixou-a ainda mais cismada, pois ele a olhava de
forma estranha, e dos pés a cabeça.
- Tem algo errado Sr. Lancaster?
Perguntei abaixando a cabeça. Nós já estávamos dentro do escritório. Ele fechou
a porta silenciosamente.
- Absolutamente, Miranda. Sente-se.
Ele indicou a cadeira.
- Quero que me acompanhe em uma viagem de negócios. Daqui a dois dias terei uma reunião em Londres
com um casal de italianos, ele é um possível investidor, preciso levar uma
acompanhante e nada melhor do que uma garota que fala fluentemente o italiano.
- Mas... Sr Lancanter, eu...
Tentei retrucar.
- É uma ordem. Ele me cortou
encerrando a conversa, avisarei seu tio, e pedirei a Julia que lhe ajude a comprar
algumas roupas. Suas vestimentas não são adequadas para jantares de negócios.
Você está liberada. Pode sair. Não consegui me locomover. Meu traseiro parecia
grudado na cadeira. Christopher franziu a testa.
- Algum dúvida, Miranda?
- Não senhor. Pulei da cadeira. Precisava
falar com Meg, agora. Ao sair do escritório
Julia a olhava desconfiada, levantou, parecia que iria perguntar algo, mas
Miranda passou muito rápido por ela, não tinha tempo para a curiosidade de Julia
nesse momento.
Ao chegar no quarto de Meg a
encontrou calma e enigmática.
- Meg está tudo bem? Como foi seu
encontro com Christopher? Ela me olhou com brilho de lágrimas nos olhos, a calma indo embora.
- Ele me contou tudo que sofreu
nas mãos de minha mãe, como ela pôde? Agora Meg chorava copiosamente. Eu a
abracei e deixei que se acalmasse, seus soluços foram diminuindo até que estava
serena.
- Eu contei tudo para ele, que
não sabia de nada. Que mamãe sempre manda fotos dizendo que ele era feliz e que
não queria saber de mim. Falei da minha doença, mostrei os papeis dos exames,
da operação, provei tudo que estava dizendo, mostrei as cartas que sua avó me
enviada a seu respeito. E ele não teve outra opção a não ser acreditar nos
fatos, mas ainda o sinto distante é como se houvesse uma barreira entre nós.
Ele pensa que você é minha acompanhante e quer pedir desculpas pelo ocorrido
entre vocês, ele não entrou em detalhes. Pediu para se encontrar com ele na recepção
do hotel as 19 horas.
- Meg eu não posso levar isso
adiante. Falei tristemente. Preciso fazer Mary desaparecer.
- Está certo Miranda. Falarei com
ele imediatamente que Mary foi embora.
- Não Meg, não podemos mais
mentir para ele, será péssimo quando descobrir a verdade. E para piorar a
situação daqui a dois dias iremos para Londres, ele e Miranda. Eu já estava
falando de mim na terceira pessoa.
- Céus isso é um problema. Terá
que dizer a verdade para ele hoje a noite.
- É a coisa mais sensata a se
fazer, Meg. Peguei em suas mãos. – Pode me perdoar? Ela me abraçou carinhosamente.
- Não seja tola, faça o que é
certo. Você é uma garota inteligente. Sabe que Christopher gosta de você, não
sabe?
- Você é muito romântica Meg, é claro que Christopher sente uma forte atração
por mim, mas nada além disso. Meg suspirou, como se estive cansada.
- Vou falar com meu tio e volto
para me arrumar para o encontro. Beijei-a na face e sai para ir ao encontro de
meu tio.
Ao chegar ao escritório de
Richard, o encontrei cabisbaixo, muito compenetrado em seu serviço, meu tio era
um homem honesto e muito competente, não era a toa que Christopher o tinha como
gerente.
- Tio Richard, posso entrar?
- Sim Miranda, já ia lhe chamar
para conversamos. Como foi seu primeiro dia de trabalho.
- Maravilhoso, Rye é um sonho,
Tio. Esse hotel é um encanto, aqui certamente é o paraíso.
- Ótimo. Sua mãe estaria
orgulhosa de você, tenho certeza. Ele me olhou carinhosamente quando falou de
minha mãe. – Querida, o Chefe me falou sobre a viagem a Inglaterra, você se
encontra preparada para fazer tal viagem? Perguntou ele tentando ver o que se
passava em minha mente.
- Tio, não tenho certeza, mas o
chefe falou que era uma ordem.
- Christopher pode ser
intransigente e autoritário, mas isso não quer dizer que você tenha que fazer
algo que não queira, me entende Miranda? Eu irei lhe apoiar. Senti lágrimas em
meus olhos, meu querido tio estava disposto a enfrentar o poderoso Chefão por
minha causa. Sorri não podia deixar que isso acontecesse.
- Será uma experiência
gratificante para mim.
- Está certa disso?
- Sim.
- Bem, então não vou lhe segurar
mais, deve estar querendo tomar um banho e ir descansar.
- Sim, quero mesmo. Disse me
levantando.
- Espere Miranda. O Sr Lancaster
pediu para lhe entregar as chaves do seu novo quarto, ele falou que gostou
tanto dos seus serviços prestados hoje, que lhe deu um quarto provisório no hotel, até
que haja um alojamento apropriado para você.
- Agradeça ao senhor Lancaster
por mim. Falei pegando a chave.
- Suas coisas já foram levadas
para o novo quarto. Eu gostaria que fosse jantar comigo hoje. Parei já na
porta.
- Estou um pouco cansada hoje,
pode ser amanhã?
- Claro meu bem, amanhã.
Assentiu.
Não estava entendendo a gentileza
de Christopher em relação a ela, Miranda. Sempre tão desconfiado com as
mulheres e agora fazendo mimos para a sobrinha do seu gerente, havia alguma
coisa errada, será que ele tinha descoberto...Não, não era possível. Miranda ficou com a pulga atrás da orelha.
A suíte era maravilhosa, com
terraço com vista para a beira-mar, tinha uma saleta com bar e uma mini copa, a
cama estilo vitoriano em madeira escura talhada, dava um toque totalmente
medieval ao quarto. Muito aconchegante. Pensou deitando na cama e se abraçando com o travesseiro.
Ligou para Meg para avisar que
não estava mais com Julia e que iria se arrumar em seu próprio quarto, pois
assim teria tempo de descansar um pouco, antes de encontra-se com Christopher.
Ansiava por esse encontro.
Christopher ficou encantado ao
ver Mary sair em seu encontro no hall da recepção. Uma mulher fatal, era aquela. Usava um vestido tomará que caia
de cor verde escuro, transpassado na altura dos seios. Saia godê acomodava-se
sobre seus joelhos, um cinto dourado marcava sua cintura fina e acentuava seus
quadris. As sandálias douradas de salto alto muito fino, a deixavam com um look
sofisticado, subiu o olhar para seu colo dourado... sua vontade era leva-la para seu quarto imediatamente.
Cada vez fica melhor, acho que poderia colocar na trama que a mãe de Mocinho é a grande vilã, que tenta matar a mocinha, que tal? Luis
ResponderExcluirLuis sua ideia é genial vou fazer uma enquete sobre isso. bjs.
Excluirdivinal! estou amando cada vez mais, mistério, suspense, vinda do amor, " a traição",amo esta historia, e está bem escrita
ResponderExcluiro único contra é ter de esperar ate ao próximo post deste lindo livro
beijinhos
Anabela, sua opinião é muito importante para mim, o problema é que só tenho tempo de escrever a noite, assim que acabo de escrever vou logo postando. Continue por aqui amiga. bjs.
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