Um amor em Rye, Inglaterra.

Capítulo um

Lágrimas desciam sobre seu rosto, a dor era profunda, Miranda perdeu tudo que possuía na vida, a perda de seus pais a seis meses ainda doía em  sua alma, desde os sete anos morava no Brasil com eles, antes moravam na Inglaterra, no entanto ela tinha poucas lembranças desta época. John havia sido transferido para o Maranhão para trabalhar como engenheiro químico de uma grande empresa neste país, empresa de capital estrangeiro, ele e sua família constituída por sua esposa Katerine e sua filha Miranda. A filha, nunca conseguiu se relacionar muito bem com as pessoas, os brasileiros sempre tão comunicativos e amorosos, no entanto se sentia sempre depressiva e triste, sua mãe sempre tentando lhe alegrar, mas não conseguia, pois era tão triste, solitária e depressiva, seu pai sempre ausente devido seu trabalho de alta responsabilidade, eram raros os momentos em que a família se reunia. No inicio da chegada deles ao Maranhão havia união, companheirismo, no entanto com o passar do tempo e das obrigações e responsabilidades que John assumia ocorreu um distanciamento enorme entre eles.

_Miranda !!. A senhora que estava a seu lado dentro do trem não parava de tagarelar enquanto Miranda estava tão longe em seus pensamentos.

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Depois de 13 anos voltava para Inglaterra sem nada, com a alma cheia de dor. Um parente distante a chamou para trabalhar junto com ele em um hotel em Rye, sul da Inglaterra, acho que ficou com pena de sua situação, pois eles perderam todos os bens antes do falecimento dos pais em um terrível acidente de carro, pouco tempo antes dessa tragédia haviam perdido tudo em um incêndio que ocorreu na mansão que moravam. Um tio de sua família materna, quando soube do ocorrido se prontificou em receber e ajudar a unica sobrevivente da familia, Miranda, iria lhe conseguir um emprego para se manter.

Quando Miranda soube que não tinha nada, que seus pais não possuiam reservas e que estava sem um tostão no bolso, teve que largar a faculdade de letras que fazia, pois não tinha como pagá-la, aliás ela não tinha nem o que comer e nem onde morar, passou fome e chegou até a dormir em abrigos. Richard, o tio, levou algum tempo até encontrá-la.

- Miranda, criança, não chore. Você é tão nova, logo vai refazer sua vida, dizia a senhora ao meu lado.

- A dor é grande senhora Thompson, e ainda não consigo parar de pensar em tudo que passei sozinha em uma terra distante, sem ninguém para me ajudar, agora não me sinto de lugar nenhum, nem do Brasil e nem da Inglaterra.

- Pelo que você me contou sua vida ficou muito difícil depois da morte de seus pais, mas tenho certeza que agora na Inglaterra, você voltará a ser feliz. Em qual hotel seu tio trabalha? Procurei dentro da bolsa o banner do hotel. - Veja é esse aqui. falei. - A senhora Thompson imediatamente ficou com semblante carregado. - Algum problema senhora Thompson. - Não querida. Ela falou de forma rápida e séria. Depois disso não mais conversou, ficando com o semblante preocupado. Acho que ela também deve ter seu problemas. pensou Miranda.